Rede Brasil Atual - O país amanheceu em
greve geral no dia de hoje (28), em ampla mobilização nacional contra as
reformas do governo Temer. Além da mobilização de diversas categorias, dezenas
de 'trancaços' foram realizados pelo país. "Além dos piquetes que a Frente
Povo sem Medo tem ajudado a realizar em bancos, garagens de ônibus, nós temos
nos dedicado a bloqueios em vias de todo o pais, cujo objetivo é parar o pais,
que é o caminho para reverter as reformas", afirma o coordenador nacional
do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e integrante da frente,
Guilherme Boulos.
Segundo ele, só em São Paulo foram dez bloqueios vias e em
outros oito estados, 25 trancamentos. "Na madrugada, bloqueamos o acesso
ao aeroporto de Guarulhos, junto com os aeroviários, que levou ao cancelamento
de voos", relata.
Repressão policial
O coordenador do MTST também relata a atuação repressiva da
Polícia Militar em todo o país. "Em São Paulo, temos sete manifestantes
detidos em Itaquera (zona leste da capital). A PM invadiu a paróquia Nossa
Senhora do Carmo e revistou carros caçando manifestantes."
Ele também critica a opressão da PM em um momento que deveriam
prestar apoio à luta contra as reformas."A polícia devia ter parado junto
hoje. O governo tirou os militares da reforma da previdência para obter seu
apoio. Mas a reforma trabalhista vai afetar a todos os trabalhadores",
afirma. "Não podemos esquecer que a determinação para essa repressão foi
dos governos Alckmin e Temer, que não querem deixar a população reagir",
denuncia.
Boulos ironiza uma fala de Temer, em 2016, quando disse que
"iria unificar o país". "De fato conseguiu unificar o país, mas
contra ele. Trabalhadores, estudantes, movimentos sociais e igreja. 93% da
população contra as reformas. A reprovação dele é algo nunca visto. Exceto por
uma parcela de partidos desacreditados e empresários, ele não tem qualquer
apoio."
Segundo ele, após a aprovação da reforma trabalhista, na última
quarta-feira (26), o Congresso mostra que "está de costas para a população
brasileira". "Temos o congresso mais desacreditado da história,
envolvido em todo tipo de denúncia. Temos um governo ilegítimo, sem voto e que
aplica um projeto que não foi escolhido pelo povo. Um congresso que não tem
legitimidade para votar essas reformas. Então, é natural que a política vá para
as ruas. Temos de ver se eles vão entender o recado e parar as reformas ou
continuar de costas para o povo brasileiro. E aí, vamos ter certamente uma
radicalização ainda maior da luta social no pais."
Além das mobilizações no início desta sexta, o coordenador do
MTST lembra que ainda haverá um ato, às 17h, no Largo da Batata, em Pinheiros,
na zona sul de São Paulo, que fará uma marcha até a casa do presidente Michel
Temer. "Vamos coroar a já vitoriosa greve geral." (247).
Blog do BILL NOTICIAS