Só um povo extremamente alienado permitiria que um governo nascido de um
golpe, manchado pela corrupção e rejeitado por 92% da população, conduzisse um
pacote de reformas absolutamente impopular; neste 28 de abril histórico, o povo
brasileiro pode ter começado a dar um basta no capítulo mais vergonhoso de sua
história: o golpe liderado por Eduardo Cunha, condenado a 15 anos de prisão,
Aécio Neves e Romero Jucá, recordistas de inquéritos na Lava Jato, que instalou
Michel Temer no poder, delatado por uma megapropina de R$ 126 milhões, com a
finalidade de liquidar aposentadorias e garantias trabalhistas mínimas; os
próximos dias serão decisivos e indicarão se o 28 de abril de 2017, escondido
pela Globo e demais meios de comunicação associados ao golpe, foi apenas um
suspiro ou o marco zero de uma virada histórica no Brasil; seja como for, o
fato é que o golpe dos corruptos apodrece.
Esta sexta-feira 28 de abril de
2017 entra para a História do Brasil como o dia da maior greve geral já vista
no País. Praticamente tudo parou: transporte, bancos, escolas, serviços
públicos e indústrias.
Com uma agenda clara, a do não
às reformas trabalhista e previdenciária, a greve geral contou com o apoio de
dezenas de categorias profissionais e de toda a base da igreja católica no País.
Foi uma reação às reformas, mas
também ao capítulo mais vergonhoso da história do Brasil: o golpe dos
corruptos, articulado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os senadores
Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR), que instalou Michel Temer no
poder.
Hoje, este projeto político tem
o apoio de apenas 4% dos brasileiros – segundo a pesquisa Ipsos, 92% da
população avalia que o Brasil segue no caminho errado.
Cunha, que aceitou o pedido de
impeachment sem crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff,
está condenado a 15 anos e quatro meses de prisão. Aécio, o político derrotado
que incendiou o País, tem cinco inquéritos na Lava Jato, por corrupção, evasão
de divisas e lavagem de dinheiro. Jucá, que defendia derrubar Dilma para
estancar a sangria da Lava Jato, o acompanha também com cinco inquéritos.
No poder, Michel Temer foi
apontado por dois delatores da Odebrecht como o avalista de uma propina de US$
40 milhões para o PMDB, hoje equivalente a R$ 126 milhões, e oito de seus
ministros são investigados por corrupção, além dos seis que já caíram – numa
lista que incluía figuras como Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
Só um povo muito alienado aceitaria
que este grupo político liderasse um pacote de reformas que atenta contra as
aposentadorias e garantias trabalhistas mínimas. Ao se levantar, neste 28 de
abril, o povo brasileiro pode ter marcado o início do fim do governo Temer.
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