Além dos depoimentos ao
Ministério Público e à Justiça Federal, os delatores da Odebrecht também
apresentaram um calhamaço de documentos para tentarem provar suas
alegações.
Como não existe contrato formal para o pagamento de propinas, os
investigadores da Lava Jato terão de se debruçar sobre esse material, que
pretende fornecer evidências do caminho da corrupção apontado pelos
delatores.
A reportagem de capa da revista Época desta semana, assinada
pelo jornalista Diego Escosteguy, analisa o material apresentado contra oito
dos ministros de Michel Temer, que foram implicados na operação:
Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral),
Gilberto Kassab (Ciência e Telecomunicações), Aloysio Nunces (Relações
Exteriores), Bruno Araújo (Cidades, Helder Barbalho (Integração Nacional),
Blairo Maggi (Agricultura) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior).
Confira abaixo a relação de acusações e provas listadas pela
revista:
Eliseu Padilha (Casa Civil)
Consistência das provas: alta
Acusações: Pedir e receber, em nome de Michel Temer do PMDB; R$
10 milhões em dinheiro vivo por ajudar a Odebrecht em obra no Rio Grande do Sul
Etre as evidências apresentadas estão planilhas, e-mail internos
da Odebrecht e extratos telefônicos
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo
narradas pelos delatores e confirmam a manutenção de contato assíduo entre a
empresa e o político
Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)
Consistência das Provas: média
Acusações: solicitar e receber, na condição de ministro da
Aviação Civil, propina, em dinheiro vivo, de R$ 4 milhões em 2014, para não
retaliar a
Odebrecht no processo de concessões aeroportuárias
Principais evidências: planilhas internas da Odebrecht e
comprovantes de reunião com o político
O que demonstram: Corroboram as entregas de dinheiro vivo
narradas pelos delatores e confirmam a manutenção de contato assíduo entre
empresa e político
Gilberto
Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações)
Consistência das provas: alta
Acusações: Receber, entre 2008 e 2014, quando foi prefeito de
São Paulo e ministro de Dilma Rousseff, R$ 20 milhões de propina, em dinheiro
vivo, para favorecer a Odebrecht em contratos públicos
Principais evidências: e-mails internos da odebrecht, planilhas
internas da Odebrecht, contratos da Odebrecht e atas de reunião
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo
narradas pelos delatores e indicam vantagens públicas recebidas pela Odebrecht
por ação do político
Aloysio Nunes (Relações Exteriores)
Consistência das provas: média
Acusações: Intermediar interesses da Odebrecht na Dessa,
responsável pela construção do Rodoanel em São Paulo, e receber R$ 500 mil, em
dinheiro vivo, a pretexto da campanha de 2010
Principais evidências: planilhas internas da Odebrecht e e-mails
internos da Odebrecht
Bruno Araújo (Cidades)
Consistência das provas: baixa
Acusações: para defender os interesses da empreiteira no
Congresso, quando era deputado, receber, entre 2010 e 2012, R$ 600 mil de
propina a pretexto de campanha, em dinheiro vivo
Principais evidências: Planilhas internas da Odebrech, e-mails
internos da Odebrecht
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo
narradas pelos delatores
Helder Barbalho (Integração Nacional)
Consistência das provas: baixa
Acusações: em troca de favorecer a Odebrecht em obras de
saneamento no Pará, pedir e receber R$ 1,5 milhão de propina, em dinheiro vivo,
a pretexto da campanha de 2014
Principais evidências: planilhas internas da Odebrecht, fotos
dos endereços de entrega e extratos telefônicos
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo
narradas pelos delatores
Blairo Maggi (Agricultura)
Consistência das provas: média
Acusações: receber da Odebrecht R$ 12 milhões, em dinheiro vivo,
a pretexto da campanha de 2006. Em troca, ajudar a empreiteira a receber
dívidas no estado de MT
Principais evidências: E-mails internos da Odebrecht, planilhas
internas da Odebrecht, estudos internos da Odebrecht
O que demonstram: corroboram as entregas de dinheiro vivo
narradas pelos delatores e indicam vantagens recebidas pela Odebrecht do
governo comandado pelo político
Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior)
Consistência das provas: baixa
Acusações: receber R$ 7 milhões da Odebrecht, em dinheiro vivo,
para que seu partido, o PRB, apoiasse a chapa Dilma-Temer na eleição de 2014
Principais evidências: e-mails internos da Odebrecht,
comprovantes de reunião, anotações de Marcelo Odebrecht
O que demonstram: corroboram compromissos de entregas de
dinheiro vivo narradas pelos delatores e confirmam encontro direto com político.
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