quarta-feira, 1 de março de 2017

Estudante pernambucano conta que foi vítima de xenofobia em Portugal

CRIME

Iran Barbosa, de 24 anos, foi agredido por duas pessoas na madrugada desta terça-feira, na cidade de Corvilhã

O estudante afirmou que já sofreu preconceito durante a infância e que pretende acionar a embaixada brasileira. Foto: Reprodução/Facebook
O estudante afirmou que já sofreu preconceito durante a infância e que pretende acionar a embaixada brasileira. Foto: Reprodução/Facebook

O estudante pernambucano Iran Barbosa, de 24 anos, diz ter sido vítima de xenofobia na madrugada desta terça-feira (28), na cidade de Corvilhã, localizada ao norte de Portugal. O caso foi denunciado nas redes sociais pela mãe do jovem, a advogada Micheline Silva, que publicou fotos de como o filho ficou após as agressões. As informações são de que ele foi agredido por duas pessoas quando voltava para casa após uma festa, por volta das 3h30.

Iran está no país há um ano e cinco meses, onde cursa mestrado em jogos digitais na Universidade da Beira Interior. "Eu estava voltando para casa, de madrugada, com uns amigos. Em certa altura nos dividimos. A rua estava escura e dois homens vieram na minha direção", relatou o jovem ao Diario, acrescentando que não conhecia os agressores e jamais os tinha visto. "O primeiro deu um murro no meu nariz e logo em seguida o outro começou a desferir golpes também", disse. "Eles disseram 'toma zuca, isso é o que mereces'". Após a agressão, os dois homens foram embora como se nada houvesse acontecido. 

O estudante relatou que ficou muito assustado porque a mão ficava melada de sangue ao passá-la sobre o rosto. "Um amigo de Cabo Verde passou de carro depois disso, me reconheceu, parou o carro e me deixou em casa". Apesar de ainda estar assustado, ele afirmou que pretende acionar a embaixada brasileira depois que se recuperar.

O jovem relembrou que já havia sofrido preconceito anteriormente no país (ele morou em Portugal com a família em Sintra, entre os anos 1998 e 2007). "Mas era de crianças e também durante o ensino fundamental. Havia dois irmãos que moravam na minha rua que declaravam ódio, mandavam voltar para o meu país. Iniciaram lutas várias vezes comigo e meu irmão", disse. "Mas sempre entendi como um caso isolado e nunca generalizei. Sempre fui muito bem tratado aqui", acrescentou. A cidade onde mora, segundo ele, tem pouco mais de 30 mil habitantes, é essencialmente universitária e muitos estudantes passam apenas o fim de semana no local. 

"É incrível como nos dias de hoje ainda estamos sofrendo desse mal, que as pessoas sejam tão cegas e tragam tanta amargura em seus corações. Querer agredir o outro por não ser igual e se achar no direito de tirar a vida de outra pessoa!", desabafou Micheline Silva nas redes sociais. (DP).


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