domingo, 12 de março de 2017

DJ passa por cirurgia rara, retira 40% do corpo e já testa reabilitação inédita

 vinicius de santana
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Ele queria continuar vivo, seguir sua carreira de DJ. Topou, então, encarar um dos procedimentos mais drásticos da medicina: uma amputação severa, que retirou tudo que havia abaixo do umbigo. Quase um ano depois, em um processo raro no mundo, Renildo Silva Santos, 35, está sendo “reconstruído”. Ele já fica em pé e caminha.
Nas últimas semanas, a Folha acompanhou os primeiros testes da prótese na qual Renildo é “vestido” e vai usar daqui para a frente para levar o dia a dia. Ele pode ficar até sete horas seguidas com essa vestimenta, uma espécie de cesto feito em material semirrígido ligado a hastes de metal, chamadas stubbies, simulando as pernas.
Periodicamente, conforme a adaptação do equilíbrio e da gravidade, o DJ irá “crescer”, alongando os stubbies.
Hoje, com essa prótese, ele mede 1,14 m. A meta é que até o final do ano tenha 1,60 m e uma vida mais independente.
No meio do caminho, será criado um “joelho” e, no final do processo, a prótese será toda revestida, criando um aspecto estético melhor.
Ele já consegue se equilibrar sem apoio e se desloca com auxílio de algum suporte físico. É o segundo caso conhecido no planeta com tal desempenho médico, segundo a equipe da Rede Lucy de Reabilitação, do governo de São Paulo, que trata do caso.
O risco de morte durante a hemicorporectomia, nome técnico da cirurgia de amputação, era de cerca de 85%, percentual parecido com o que ele tinha de morrer caso optasse por não extirpar o câncer que o acometia, segundo dizem os médicos.
“O Renildo passou por uma cirurgia drástica, dramática, humana, ética, salvadora e funcional. O resultado final precisa ser de uma vida comum sendo retomada. Era um desejo dele ficar em pé, andar. Se há um desejo, não questionamos e vamos buscar as soluções. Por isso, desenvolvemos a prótese”, afirma André Sagawara, fisiatra na Rede Lucy.
Uma equipe de técnicos, liderados pelo engenheiro Milton Seigui Oshiro, fez cálculos meticulosos e diversos testes para que a prótese se ajustasse com perfeição ao corpo do DJ, distribuindo as pressões e o peso do paciente ao longo da vestimenta.
“Não tenho ansiedade para o futuro. A cirurgia deu certo, estou bem. O que vier a mais será lucro. A prótese vai me dar mais qualidade de vida, mas quero tocar minhas coisas logo, fazer minhas festas, ganhar meu dinheiro, cumprir meus compromissos”, diz Renildo
PIPA NO TELHADO
Toda essa história começou com uma brincadeira. O DJ tinha 12 anos e subiu no telhado do vizinho para buscar uma pipa. Ele e um amigo foram recebidos a bala. O amigo foi ferido sem gravidade, e Renildo ficou paraplégico.
Morador do Capão Redondo, extremo da zona sul de São Paulo, ele passou a ter ferimentos típicos de quem tem perda de sensibilidade tátil sem acesso a cuidados específicos, a chamada úlcera de pressão, que são feridas na pele provocadas pelo contato intensivo com superfícies como camas, assentos etc.
Ao longo do tempo, as feridas de Renildo provocavam infecções e desencadearam também, há cinco anos, a formação de um câncer. As feridas não cicatrizavam mais.
A doença ameaçava avançar para órgãos vitais e uma equipe de médicos do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), ligado ao Hospital das Clínicas, ofereceu a ele, após reuniões internas, a alternativa da cirurgia drástica, com boas chances de eliminar a doença.
“Eles falaram de cara que iriam cortar abaixo do umbigo e me disseram que a chance de acabar com a doença era grande, mas não total. Na hora, eu fechei com eles. Só eu e minha esposa sabíamos o sofrimento que eu passava, sendo internado a toda hora, tomando injeções, remédios, sempre com febre”, diz o DJ.
A única mudança no organismo que Renildo percebe é um aumento da sensação de calor, que, segundo os médicos, é em razão da perda de área corpórea, que diminuiu a superfície de troca de calor. Clinicamente, segundo os médicos, ele está muito bem.
“Não me espantei ao ver meu corpo após a cirurgia. Fui preparado para isso. Ainda não me dou bem com o espelho, mas é um processo, não é nada negativo, só uma estranheza. Fico pensando em como os outros me olham. Estou pequeno.”(FOLHA DE SÃO PAULO).

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