Depois de conspirar
para derrubar a primeira mulher presidente no Brasil do poder, Michel Temer fez
um discurso nesta quarta-feira 8, Dia Internacional da Mulher, que confirmou
seus pensamentos a respeito das mulheres: elas são as responsáveis pelos "afazeres
domésticos", pela "formação dos filhos" e por ir ao supermercado
- além, é claro, de "trabalhar fora".
Em cerimônia no
Palácio do Planalto em homenagem à data, e ao lado da primeira-dama,
Marcela, que se assume bela, recatada e do lar, Temer afirmou que a recuperação
econômica (que só ele vê) permitirá que as mulheres tenham mais oportunidades
de emprego, além de cuidar dos "afazeres domésticos".
"Com a queda da
inflação e dos juros, com o superávit recorde da balança comercial, com o
crescimento do investimento externo, isso significa emprego, e significa também
que a mulher, além de cuidar dos afazeres domésticos, terá um campo cada vez
mais largo de emprego", declarou.
Ele também disse que
ninguém é mais capaz do que as mulheres para "indicar os desajustes de
preço no supermercado" e ainda que a formação dos filhos é feita pelas
mulheres.
"Tenho absoluta
convicção, até por formação familiar, por estar ao lado da Marcela (Temer), o
quanto a mulher faz pela casa, o quanto faz pelo lar, o quanto faz pelos
filhos. Se a sociedade, de alguma maneira, vai bem, e os filhos crescem, é
porque tiveram uma adequada formação em suas casas, e seguramente isto quem faz
não é o homem, mas a mulher", afirmou.
Ignorando os dados
internacionais que apontam para a desigualdade no mercado de trabalho, Temer
afirmou que, hoje, "homens e mulheres são igualmente empregados".
"Com algumas restrições", observou. "Mas a gente vê o número de
mulheres que comandam empresas", disse.
De acordo com dados do
IBGE, a taxa de desocupação entre as mulheres com mais de 14 anos no Brasil
continua acima do índice geral, que inclui os dois gêneros. No último
trimestre do ano passado, de acordo com os dados mais recentes, o índice de
desocupação havia chegado a 12% no Brasil. Para os homens, era de 10,7% e para
as mulheres, de 13,8%.
Nesta
quarta em Brasília, mulheres protestaram contra a perda de direitos e pelo
'Fora, Temer' (confira no vídeo acima, de George
Marques). (247).
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