quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Moradores evitam andar em ruas específicas da Zona Sul do Recife por conta da violência

INSEGURANÇA


Além do medo que se espalhou entre trabalhadores de lojas e escritórios, os moradores também estão assustados. Ontem, pais e mães liberaram os filhos das aulas em escolas próximas ao local do “toque de recolher” ou foram buscá-los com medo. “Fui buscar meu filho bem mais cedo, diante dessas notícias ruins. Ele larga às 18h, mas passei por lá por volta das 16h30. A escola estava lotada de pais num horário atípico, e os arredores lotados de policiais. Nunca pensei em ir buscar meu filho na escola por causa de traficantes. Achei que isso só acontecia no Rio de Janeiro”, disse a mãe de um aluno de uma unidade em Boa Viagem.

PM monitora bandidos após suposto toque de recolher


Apesar de as razões do suposto toque de recolher não terem sido esclarecidas, muitos acreditam que é melhor ficar em casa ou não passar perto das ruas consideradas mais perigosas. “A Ribeiro de Brito e a Ernesto (de Paula Santos) são como campos minados. Eu evito”, contou uma moradora de um edifício de 24 andares que não quis se identificar.

Um advogado que também não quis dizer o nome e trabalha na Ribeiro de Brito mudou o trajeto na ida ao escritório e durante a volta para casa. “Não passo por algumas ruas consideradas mais perigosas, apesar de saber que o perigo pode estar em qualquer lugar”, disse. Na tarde do “toque de recolher”, ele, além de liberar o pessoal do trabalho mais cedo, cancelou um jantar em família.

“As imagens do tiroteio do dia anterior vieram imediatamente à minha cabeça e decidi ficar em casa”, revelou, referindo-se à invasão que aconteceu na noite da última segunda-feira à comunidade da Ilha do Destino. O tiroteio foi filmado do alto de prédios, e as imagens, acompanhadas  pelo som de vários tiros, viralizaram, contribuindo para uma crescente de medo que se intensifica com a troca de informações pela internet.

"Bicho acuado"

Quando caminhava, na segunda-feira, após o almoço entre o Shopping Recife e a Rua Ernesto de Paula Santos, onde trabalha, uma comerciária foi parada por uma mulher em uma das ruas da comunidade Entra Apulso. A loira misteriosa alertava sobre o toque de recolher. “Cuidado, é melhor todo mundo ir embora às 17h”, teria dito. A mensagem ficou ecoando na cabeça da comerciária durante todo o dia. Apesar disso, a loja onde ela trabalha funcionou até as 19h.

Conviver com o medo já é comum para ela. Assaltos, arrombamentos e consumo de drogas são cenas corriqueiras. “Furto e assalto à mão armada acontecem a qualquer hora do dia. De certa forma, já estamos acostumados”, relatou. Segundo ela, no caminho entre o shopping, onde almoça, e a loja onde trabalha, dezenas de jovens são vistos consumindo maconha e crack, sem se intimidar com os pedestres que lotam as calçadas.

À noite, o medo aumenta. O número de usuários cresce e os assaltos são mais constantes. “A gente anda parecendo bicho acuado, olhando para os lados, apressando o passo”, reclamou outra mulher que trabalha na Ernesto de Paula Santos. “Nossa loja já foi assaltada várias vezes. Perdi as contas do número de arrombamentos. Não temos paz”, lamentou um gerente de loja da via. (DP).


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