Sem
o número mínimo de 492 mil assinaturas certificadas pela criação da
Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva chega à antevéspera da
sessão na qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apreciará a
concessão do registro do partido com a estratégia de convencer os
ministros a considerarem 95 mil fichas rejeitadas na fase de coleta de
apoios. Pressionada, a presidenciável apela para o discurso de que a
Rede foi “injustiçada” por cartórios eleitorais, que, segundo ela,
rejeitaram assinaturas “sem justificação”. Conforme números do TSE, a
sigla conta com 442 mil certidões, 50 mil a menos que a quantidade
exigida por lei.
Marina, no entanto, se mostra confiante
em uma decisão favorável no julgamento, marcado para quinta-feira.
Relatora do processo, a ministra Laurita Vaz fixou prazo que se encerra
às 18h de hoje para que o Ministério Público Eleitoral (MPE) se
manifeste no processo. A magistrada afirmou ontem, em entrevista à Rede
Globo, que não há tempo hábil para que o pedido de registro seja
apreciado na sessão extraordinária de amanhã, pois ela terá que analisar
o novo parecer do MPE. Assim, o Dia D da Rede será a quinta-feira,
quando o TSE realizará a última sessão até o prazo final de 5 de
outubro, um ano antes das eleições de 2014.
A ex-senadora Marina Silva começou a
semana decisiva para o futuro político reunida com a Executiva da Rede a
fim de articular estratégias para que o partido receba o maior número
possível de filiações até sexta-feira. Com um discurso de que a legenda
representa um novidade no cenário político, Marina contestou a
declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao
Correio, de que ela deveria assumir que a Rede será um partido tal como
os outros, e não uma rede. Ex-filiada ao Partido dos Trabalhadores, ela
lembrou que o PT sofreu críticas semelhantes quando foi criado na década
de 1980. “Diziam que nós éramos um partido que estava desconfigurando
os partidos de esquerda. Era muito difícil convencer as pessoas de que,
naquela época, o PT era uma atualização da política para um novo sujeito
político que estava surgindo”, afirmou a ex-senadora. (Correio
Braziliense)
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