sábado, 30 de março de 2013

Anvisa: riscos e benefícios da píilula anticoncepcional em jogo


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A pílula anticoncepcional está entre os produtos na mira da Anvisa que já têm tarja vermelha e cuja venda deverá passar a exigir efetivamente a apresentação de receita médica. O controle mais rigoroso, entretanto, é visto como arriscado até por representantes da área de saúde. Para a presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Marta Curado, o ideal é ter a venda do contraceptivo com receita, mas esse ideal ainda está muito longe da realidade brasileira. “Se forem colocados muitos entraves à venda da pílula, o que deve acontecer é o aumento no número de gravidezes não planejadas e crescimento na quantidade de abortos provocados, sob risco de as pacientes ficarem inférteis ou até morrerem”, analisa.
Na opinião do médico toxicologista Sérgio Graff, uma das medidas que a agência reguladora poderia tomar seria exigir a receita médica apenas na primeira compra do contraceptivo. “Não é um medicamento banal. Deve ser tomado com acompanhamento. Para isso, o médico tem de fazer exames antes de prescrever a pílula, para verificar se ela é contraindicada para a paciente “, explica. Para ele, outra solução seria dar às pacientes receitas com validade prolongada.
Os contraceptivos foram tema de grandes debates no fim de janeiro, depois de a Agência de Segurança Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde da França suspender naquele país a venda da pílula Diane 35 e seus genéricos. A justificativa foi que o produto causou a morte de quatro pessoas nos últimos 25 anos por trombose, coágulo sanguíneo, que geralmente ocorre na perna.
Esse tipo de complicação ocorreu com Marina Moreira Terra de Souza, de 27 anos, bacharel em direito. Ela tomou a pílula anticoncepcional pela primeira vez aos 16 anos, para tratar os ovários policísticos, e teve trombose rapidamente. “Um mês depois de começar a tomar a pílula comecei a sentir muita dor e minha perna inchou de uma hora para outra. Eu estava com trombose. O tratamento demorou bastante e eu nunca mais tomei o anticoncepcional”, conta.
A especialista em anticoncepção Marta Furtado, entretanto, é enfática ao dizer que não há necessidade de as pacientes interromperem o uso da pílula, a menos que o médico recomende a suspensão. “Todas as mulheres estão sujeitas a esses riscos, que não são tão frequentes. Mas considero que os riscos oferecidos pela pílula são menores do que os de gravidez não planejada”, argumenta. (Estado de Minas)
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