A
seca prolongada que atinge todo o Nordeste dói no coração e na alma de
muitas pessoas. Uma delas foi a professora Mirtes Gonçalves, leitora do
Blog. Em algumas caminhadas pelo Sertão, ela viu de perto o sofrimento
de quem luta pela água, mas não perde a esperança de que dias melhores
virão.
Ela nos enviou o poema de um autor
desconhecido para descrever o cenário de muitas comunidades nordestinas.
O chão rachado, a migração para o Sul, os animais mortos e sol que não
tem mais brilho, não diminuem a fé do sertanejo, que reza
incansavelmente para que Deus tenha compaixão de tantas famílias que
sofrem com a seca.
Confiram:
“Uma imagem que me entristece é essa
seca em nossa região. Não se vê folha verde, a lavoura não floresce,
acho que é mesmo marcação com a chuva no meu Sertão. Dói vê crianças
comendo mandacaru, enquanto o pai foge para o Sul na esperança de
conseguir água e pão.
Falta chão molhado, pasto para o
gado, milho para galinha e por falta d’água a semente queima no chão.
Até os pássaros fazem silêncio e o sol já não tem o mesmo brilho porque é
de rachar o chão. Oh seca, faz isso com a gente não!
Faz muito tempo que não chove e é
triste a situação. Deus manda pra cá a chuva para melhorar a nação.
Lamentação pra todo lado, mas não é exagero não, dói ver animais
morrendo, famílias com fome, açudes sem nada, oh Deus tenha compaixão!”